Palmitagem é um termo pejorativo, utilizado por ativistas do movimento negro, que faz referência à mulher negra ou ao homem negro que tem relações amorosas com cônjuge branco.
Segundo esses ativistas, o relacionamento interracial simboliza o auto-ódio que negros teriam, além de reforçar a solidão da mulher negra e do homem negro e incentivar o extermínio do povo negro através da miscigenação. O indivíduo negro que se relaciona com um indivíduo branco recebe a alcunha de "palmiteiro" e é hostilizado.
Nos Estados Unidos, o casamento interracial já foi proibido. Entre 1865 e 1877, a Virgínia implementou uma variedade de “códigos negros” destinados a privar e segregar instalações de negros e brancos. Com esses códigos, estavam também as leis anti-miscigenação, que impediam os casamentos interraciais.
Richard e Mildred Loving eram de Central Point, Virgínia. Eles frequentaram as mesmas escolas e conviveram durante a maior parte de suas vidas. O condado operava sob as duríssimas leis Jim Crow, mas Central Point era vista como uma comunidade cordial e mestiça. Richard e Mildred se apaixonaram durante o ensino médio e, em 2 de junho de 1958, casaram-se em Washington, DC. Seus problemas começaram pouco depois de voltar para casa.
Sob a Lei de Integridade Racial da Virgínia de 1924 (RIA), os casamentos interraciais eram ilegais e, portanto, não eram reconhecidos pelo estado. A referida lei surgiu de um movimento eugenista e racista com o objetivo de manter brancos e negros segregados.
Em 11 de julho de 1958, Caroline County emitiu um mandado de prisão para Richard Loving por violar a RIA. Um mandado para Mildred Loving foi emitido logo depois. Ambos foram presos e, em 6 de janeiro de 1959, receberam uma sentença suspensa de um ano de prisão, mas foram autorizados a se mudar para Washington, DC, sob a condição de não retornarem por 25 anos ou correrem o risco de prisão.
Em 1964, os Lovings decidiram apelar de sua condenação e escreveram ao procurador-geral Robert F. Kennedy. O casal Loving sofreu inúmeras perdas judiciais, mas não desistiram.
Em 12 de junho de 1967, a Suprema Corte votou, unanimemente, a favor dos Lovings. Seus direitos da 14ª Emenda foram, de fato, violados, incluindo o direito ao devido processo legal e proteção perante a lei. Chief Justice Earl Warren autorizou a opinião do tribunal, afirmando: “a liberdade de casar ou não casar com uma pessoa de outra raça reside com o indivíduo e não pode ser infringida pelo Estado”.
O desejo de retorno para este infeliz passado parece estar na ordem do dia.
Em pleno 2023.